Começa chorando pela espinha, "por queeee ela foi a escolhiiida pra carregar aquele moooonstro?". Aí ela vê que a tigela do cachorro está vazia e - coitadinho! - ele está passando fome! Então ela chora. No fim, ela chora por todas as dores do mundo, pelo genocídio em Ruanda, pela fome na África, pela menina de 9 anos que abortou, chora porque vizinha da tia quebrou a unha, porque o crédito do celular acabou, porque o namorado só ligou pra dar 'bom dia' e não 'boa tarde', porque a nuvem entrou na frente do sol e porque ela ouviu James Blunt. Ela chora tanto, por tantas razões e nenhuma realmente especial, que nem sabe mais por qual razão chorava primeiro e tudo parece tão sem sentido, que ela chora novamente. "Ninguém me ama, ninguém me quer, ninguém me entende".
Depois de tantas lágrimas, do rímel borrado, da cara inchada ela endurece. Briga com todos. Nada está bom, nada é suficiente e tudo, absolutamente tudo mesmo, está errado. Nesses dias, o namorado é imprestável, a mãe é uma pegadora-de-pé-profissional, o chefe é inútil, a professora é uma anta e o semáforo - que demora um segundo a mais para ficar verde - descarrilha um turbilhão de emoções, que envolve amaldiçoar até a quinta geração dos engenheiros de trânsito e uma seqüência de palavrões irreproduzíveis por aqui. Está decidido: uma teoria da conspiração se armou contra ela. Bem vindos à TPM.
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Eu não estou de TPM hoje. Quem sabe o mês que vem...