quinta-feira, março 26, 2009

Totalmente Perigosa e Mortífera, TPM

Primeiro a garota fica toda meiguinha. Cheia de dengo, quer abraçar todo mundo, fica olhando com aquela cara de gatinho do Shrek, implorando por um elogio. Ela conversa com o namorado com aquela voz de 'mô, dá uma bitoquinha na xua nhanhanhuxinha?". Ela se entope de chocolate e gruda nas pessoas como se fossem um ursinho-fofinho-cutucuti que ela viu na vitrine do shopping. Aí, ela fica sensível. Acorda e vê a espinha que nasceu no queixo depois de tanto, tanto, tanto chocolate (que, supostamente, não dá espinhas). Então, ela faz aquilo que lhe parece mais óbvio: chora.

Começa chorando pela espinha, "por queeee ela foi a escolhiiida pra carregar aquele moooonstro?". Aí ela vê que a tigela do cachorro está vazia e - coitadinho! - ele está passando fome! Então ela chora. No fim, ela chora por todas as dores do mundo, pelo genocídio em Ruanda, pela fome na África, pela menina de 9 anos que abortou, chora porque vizinha da tia quebrou a unha, porque o crédito do celular acabou, porque o namorado só ligou pra dar 'bom dia' e não 'boa tarde', porque a nuvem entrou na frente do sol e porque ela ouviu James Blunt. Ela chora tanto, por tantas razões e nenhuma realmente especial, que nem sabe mais por qual razão chorava primeiro e tudo parece tão sem sentido, que ela chora novamente. "Ninguém me ama, ninguém me quer, ninguém me entende".

Depois de tantas lágrimas, do rímel borrado, da cara inchada ela endurece. Briga com todos. Nada está bom, nada é suficiente e tudo, absolutamente tudo mesmo, está errado. Nesses dias, o namorado é imprestável, a mãe é uma pegadora-de-pé-profissional, o chefe é inútil, a professora é uma anta e o semáforo - que demora um segundo a mais para ficar verde - descarrilha um turbilhão de emoções, que envolve amaldiçoar até a quinta geração dos engenheiros de trânsito e uma seqüência de palavrões irreproduzíveis por aqui. Está decidido: uma teoria da conspiração se armou contra ela. Bem vindos à TPM.

Sobre TPM, para o Site ;)

Eu não estou de TPM hoje. Quem sabe o mês que vem...

sexta-feira, março 20, 2009

Salam Aleikum, barbudão.

O primeiro furo a gente nunca esquece e esse eu garanto que será para sempre lembrado;

"Você realmente vê as coisas no Boqueirão"


DiandraG.Arbia: Salam Aleikum, Sr. Osama!
Osama Bin Laden: Aleiko Salam, Senhorita Diandra.
DGA: Sr. Osama, onde o senhor tem estado todos esses anos?
OBL: Tenho estado em vários lugares, viajo muito, tenho muitos amigos pelo mundo. Fui muito bem recebido em todos os lugares, o Fidel é um gentleman, fiquei alguns meses com ele; Adorei ficar na Praia Grande, no Brasil. Você realmente vê as coisas no Boqueirão. Mas o lugar mais confortável é, sem dúvida, o apartamento da Paris Hilton em Manhatan. Fiquei um ano lá. Fui mordido várias vezes brincando com o Tinkerbell.
DGA: O senhor está me dizendo que esteve morando no País que é considerado seu maior inimigo e que vem te caçando alucinadamente? E - mais importante - que é amigo da Paris?
OBL: Sim, é claro. Inshalah! As montanhas do Afeganistão, o ar seco e o solo arenoso não favorecem a hidratação da minha barba. A gente cansa depois de um tempo. A Paris tem uns produtos maravilhosos naquela suíte dela.
DGA: Por qual razão o senhor atacou o World Trade Center? Você não pensou nos inocentes?
OBL: Di, darling, Alá é grande, Alá é bom. Mas o Bush... Quem é o Bush?
DGA: O que o senhor achou da eleição do Obama?
OBL: Achei ótimo. Obama é quase Osama. Apenas um 'B' me separa da Casa Branca. Adoraria viver lá, mas eu sentiria falta do Tinkerbell...




Pauta pra Revista ;) TDB

segunda-feira, março 16, 2009

Univitelinos?

Carecas, pelados e sem dentes. É assim que todos nós chegamos ao mundo. Iguais, em uma massa homogênea com diferenças de cor, traços e talvez quantidade de cabelo. Alguns com cara de joelho esquerdo, outros com cara de joelho direito. Mas em suma, somos muito parecidos.
Apesar das semelhanças, temos o privilégio de nascer originais. Surgimos no mundo como uma tela em branco. Temos a vida inteira para nos pintarmos com as cores e o conteúdo que quisermos. Ao invés disso, o que fazemos? A cada dia que passa, nos voltamos ao inicio, buscando semelhanças com a maioria, querendo fazer parte de algum grupo. Atrás do sentimento de pertença de algo maior do que nós mesmos nos consideramos.

Usamos o mesmo corte de cabelo que a Alinne Moraes usou na novela, reviramos as lojas atrás das mesmas roupas que a Mallu Magalhães usa. Comemos uma folha de alface por dia para ter a barriga da Gisele, depilamos as pernas com o Veet que a Elen Jabour mostra na TV. Pintamos os olhos como os 'from U.K', freqüentamos os mesmos lugares que a Mary Moon diz frequentar.

Tentamos de todas as formas nos anular, nos desfazer do que somos de verdade e nos transfigurarmos em robôzinhos modistas alimentados pela mídia. Tínhamos uma tela novinha para pintar com as cores que bem entendêssemos, com as formas que nossa imaginação fosse capaz de criar... E temos medo de sermos nós mesmos, de ousar fora do que a revista mostrou e admitir que somos diferentes daquilo. Que temos nossas cores, que misturamos laranja com amarelo e roxo, que damos estrelas no meio do corredor, só por que temos vontade. Medo que as pessoas saibam que gostamos de ficar em casa assistindo American Idol aos sábados, que não vamos à Pink Elephant às quintas e que odiamos a sujeira que o Bar Secreto faz na esquina, não importa quantas vezes a Madonna vá lá com o Jesus ou Estadão e a Folha publiquem notas nas colunas sociais. Nascemos originais, mas morremos como cópias uns dos outros por medo de sermos fiéis a nossa essência.


TDB, Site. ;)

segunda-feira, março 09, 2009

TOP SECRET

Namorei durante uma semana por telefone com o menino que me deu meu primeiro beijo. Era topsecret, óbvio. Minha mãe não podia saber que eu, com absurdos 13 anos tinha deixado alguém enfiar a língua na minha alma. Eu não sei por qual razão, achei que devia esconder aquilo dela. Quando não me aguentei e finalmente contei, percebi que não ter contado era o melhor que eu podia fazer: ela me deixou de castigo por um bom tempo e perdeu a confiança em mim.
Pouco depois disso, eu 'pseudo' namorei por uma eternidade. Quase uns oito meses. Na sétima série isso configura como casamento, entenda. Eu tinha treze anos e deixava um garoto três ou quatro anos mais velho deflorar minha boca pura. Eu escondi isso da minha família o quanto eu pude. Eu tinha vergonha e tinha motivos para isso: O Rafael sempre foi pagodeiro. E sempre foi galinha. E já tinha ficado com umas 18 meninas da minha escola. E ele nem estudava lá. Nossas ligações eram escondidas e sussurradas, coisas que todo amor proibido deliciosamente oferece.
De uma hora para outra, a escola exigia demais de mim e eu 'precisava' ficar na escola até mais tarde várias vezes por semana, para 'fazer trabalho'. Ás sextas-feiras, eu tinha aula de espanhol com uma professora que quase nunca ia. Mas o Rafa não falhava nunca e aparecia sempre. Já eu, não posso dizer o mesmo das minhas aulas de espanhol. "Hola como estas" e a música da Shakira definem a minha história com a língua espanhola. Beijos de cinquenta minutos ininterruptos, até a perna ficar dormente eram parte da minha história com a língua do Rafa.
Até que a morte nos separe, no nosso caso, foi até que a língua dele foi passear na boca da minha melhor amiga.

Pauta para o site ;)

sábado, março 07, 2009

Posted Anonymously

Não conte para ninguém que eu me agarrei nas pernas dele quando ele foi embora, no auge dos meus cinco anos. Não conte para ninguém que eu chorei e quis saber quem era aquela mulher que ele beijava na boca no Playcenter. Não comente que eu abri o chuveiro quando tinha 7 anos e fingi tomar banho, molhando o banheiro todo e o meu cabelo. Não conte que, ás vezes, eu penso que errei com aquele outro alguém e - bem dentro de mim - me arrependo. Não conte a ninguém que o abraço que recebi no meu aniversário do ano passado me deu um frio na barriga absurdo e muita vontade de correr pros braços do meu passado. Se você disser que quase não larguei aquele corpo, eu nego. Não conte que eu já me arrependi. Nem que eu me sinto fraca tantas vezes. Não fale que eu comia bis quase todas as noites escondida, naquela semana de dieta. Não conte que eu estou odiando o vazio ou que eu estou de saco cheio de ser sozinha. Perdeu a graça e eu aprendi a viver comigo mesma, então não conte que eu quero compartilhar. Não conte que eu sonho em estar em outro lugar.
Se você abrir a boca sobre qualquer uma dessas coisas, eu vou jurar que não foi eu quem falou, afinal, você não tem provas.

Pauta: Edição 1067