segunda-feira, março 16, 2009

Univitelinos?

Carecas, pelados e sem dentes. É assim que todos nós chegamos ao mundo. Iguais, em uma massa homogênea com diferenças de cor, traços e talvez quantidade de cabelo. Alguns com cara de joelho esquerdo, outros com cara de joelho direito. Mas em suma, somos muito parecidos.
Apesar das semelhanças, temos o privilégio de nascer originais. Surgimos no mundo como uma tela em branco. Temos a vida inteira para nos pintarmos com as cores e o conteúdo que quisermos. Ao invés disso, o que fazemos? A cada dia que passa, nos voltamos ao inicio, buscando semelhanças com a maioria, querendo fazer parte de algum grupo. Atrás do sentimento de pertença de algo maior do que nós mesmos nos consideramos.

Usamos o mesmo corte de cabelo que a Alinne Moraes usou na novela, reviramos as lojas atrás das mesmas roupas que a Mallu Magalhães usa. Comemos uma folha de alface por dia para ter a barriga da Gisele, depilamos as pernas com o Veet que a Elen Jabour mostra na TV. Pintamos os olhos como os 'from U.K', freqüentamos os mesmos lugares que a Mary Moon diz frequentar.

Tentamos de todas as formas nos anular, nos desfazer do que somos de verdade e nos transfigurarmos em robôzinhos modistas alimentados pela mídia. Tínhamos uma tela novinha para pintar com as cores que bem entendêssemos, com as formas que nossa imaginação fosse capaz de criar... E temos medo de sermos nós mesmos, de ousar fora do que a revista mostrou e admitir que somos diferentes daquilo. Que temos nossas cores, que misturamos laranja com amarelo e roxo, que damos estrelas no meio do corredor, só por que temos vontade. Medo que as pessoas saibam que gostamos de ficar em casa assistindo American Idol aos sábados, que não vamos à Pink Elephant às quintas e que odiamos a sujeira que o Bar Secreto faz na esquina, não importa quantas vezes a Madonna vá lá com o Jesus ou Estadão e a Folha publiquem notas nas colunas sociais. Nascemos originais, mas morremos como cópias uns dos outros por medo de sermos fiéis a nossa essência.


TDB, Site. ;)

13 palpites bem-vindos!:

Nanda disse...

nossa.. amei o texto.. muito bom mesmo...

E concordo, acho que devíamos ser o que somos de verdade sem se preocupar se os outros vão achar certo ou não. Mas falar é uma coisa, o difícil é agir assim... ;)

bjoooo

Anônimo disse...

O siri que sai da panela é puxado para dentro pelos próprios companheiros. O diferente não fica assim por muito tempo: ou é incorporado ou rejeitado. Não é só uma questão de tempo e gosto, mas principalmente de visão.

Beijosuamegafofa!

Julianna Alves disse...

ótimo o texto Diandra!
sério menine, me sinto uma mallu magalhães do lado de vcs HAHAHA
entao, mas quando li a primeira frase, lembrei daquela frase de caminhão: 'nasci pelado, careca e sem dente: o que vier é lucro'
HAHAHAHA

beijaaao gaaatz!

Anônimo disse...

Gostei muito do teu texto, Di! Mas essa é apenas uma das visões da coisa toda né! Beijos!

Mia disse...

Di, a gente nasce +- original. Porque o DNA é metade da mãe e metade do pai, né?! hehehe
Mas na nossa originalidade parcial, vamos tentando nos encaixar na mediocridade geral...será que eu posso ser o que eu quiser ou não??
Vamos ser aquilo que nós quisermos hoje?
Beijos, te amo!

Bárbara Montenegro disse...

Tem toda razão. Mas, nos dias de hoje, deixar de influenciar faz parte. A mídia, a sociedade, tudo pede isso: um modelo pré-pronto.

Adorei o layout. xxo

Marcela disse...

Que post mais lindo *-* E é exatamente o que acontece: colocamos a nossa própria originalidade em risco, em troca de uma (talvez momentânea) integração. E para alguns já passa disso, se torna uma necessidade. Pois bem, até onde eu conseguir ser original, eu vou ser. Ou pelo menos vou tentar OAUIHD Um beijão :*

Unknown disse...

dr*ga....eu ia fazer uma introdução igualzinha a essa...
meu texto ia ser inverso...
vou ter que pensar em outra coisa...seu texto ficou melhor do que eu pensei...
bjooooooooooooo


dr*ga de novo....

Nanda disse...

Eii adoreei teu bloog!
Vou até adicionar nos meus favoritos pra voltar sempree aquii!
Escrevee muito beemm! :D

beijoo!

Elsa Villon disse...

Mandou muito bem.


Mas é o que foi dito, dos siris, panelas e ser puxado lá em cima por uma guria de óculos escuros que eu não lembro o nome (ahahaha).

Ou você é rejeitado, ou imitado.

E esse processo não vem de agora.

Um dia, um cabeludo que ainda não andava ereto matou um tatu e fez uma tanga para cobrir suas partes, porque estava com coceira.

No começo, todo mundo riu e achando esquisito, mas depois que a coceira os atingiu também, faltou tatu para tanga.

E ai lançou-se a tendência, o padrão...

Eu cortei franja, mas não foi por causa da Alinne Moraes. Nem gosto das roupas da Mallu Magalhães e quero que a Mary Moon se foda.

Mas vai da cabeça de cada um né.

Sou do grupo de resistência à tanga de tatu.

Beijoca sua chatona que me chama de emo mais fica toda mimimi com os meus textos "emos".

Ludmila Bello disse...

hsiauhs, caracas, adorei.

isso nao é nem um pouco original, mas eu sou apaixonada pelo simon cowell *-*

Bruna Bo disse...

É exatamente isso. A gente nasce igual e morre igual. Porque todos copiamos uns aos outros, até quando nem percemos isso.

Beijão! :D

Robbie Jacks disse...

E aí eu te pergunto: dá pra ser diferente de TODO MUNDO? Se seu cabelo não for igual ao da Alinne, com certeza será igual ao de outra pessoa, quer você queira, quer não. Originais foram Adão e Eva. O resto é só o resto...

http://betajackson.blogspot.com