sexta-feira, novembro 26, 2010

Sem nome.

É difícil olhar para qualquer coisa no mundo e não lembar de você. Ontem, no ônibus, chorei o caminho inteiro, até que consegui adormecer. Se ando na calçada, lembro do jeito como você sempre envolve meu corpo com o braço, e me puxa sempre para o lado de dentro da rua, para me proteger dos carros.

Se pego o ônibus para voltar para casa depois de um dia de trabalho, não consigo não pensar em todas as vezes que já pegamos este e tantos outros ônibus juntos. Em quantas vezes você me levou até em casa, só pra saber que eu ficaria bem. E em quantas vezes você me abraçava o caminho inteiro até chegar em casa e me deixava encaixar minha cabeça no lugarzinho entre seu ombro e seu pescoço, lugarzinho que é meu.


terça-feira, novembro 09, 2010

Só acontece comigo II

E aí que eu tinha um par de saltos altos (os mesmos da entrevista de São Caetano). Eles eram pretos e lindos. E eram meus há mais ou menos quatro anos. Eram praticamente novos, já que eu nunca tinha conseguido utilizá-los adequadamente, sem medo de ser feliz, ou de dar um passo. Ele saía do meu pé o tempo inteiro. Era um inferno. Mas ele era lindo. E a sola estava novinha de tão pouco uso.

Aí eu ganhei da minha mãe uma espécie de palmilha de silicone que fica só na parte da frente da planta do pé e é antiderrapante e confortável. E deixava a vida mais bonita. E na mesma semana eu fui numa loja de sapatos e comprei uma espécie de almofadinha pra colar na parte de trás do sapato, aquela que sempre machuca o pé das mulheres de bem. E aí o sapato parou de sair do meu pé. E a vida ficou mais colorida e eu fiquei mais elegante e feliz.