terça-feira, abril 29, 2008

Amor igual a esse, eu nunca mais terei...

Desde 1988 ela tem estado aqui para o que eu precisar. Ela sempre diz que é a única amiga para sempre, e muitas vezes, eu acredito. Vivemos em relativa paz, com alguns 'arranca-rabos' básicos, existentes em toda relação como essa.
Minha mãe é, na verdade, bem baladeira. Do alto dos seus 52 anos, - ela me matará por isso, se um dia vier a saber - ela sai muito mais que eu, com meus quase 20. Desde muito nova, ela me leva para a badalação com ela.
Há épocas em que ando muito mais com o pessoal dela, do que com o meu. São incontáveis as vezes em que dormi em mesas de bares, botecos e restaurantes e me cobri com a toalha, por que era nova e não agüentava o tranco. Não tenho vergonha de falar que saio de balada com a minha mãe. Nunca tive.
Graças a isso, quando saio com os meus amigos recebo tratamento vip nos bares, já que ela é amiga de todos os donos e, principalmente, de todos os garçons. Não costumo ficar em fila de espera. É impossível ir em certos lugares sem ela e não ouvir pelo menos 6 vezes alguém perguntar onde ela está, por que não veio e se está tudo bem. Minha mãe é uma mulher inesquecível. Fala o que pensa, é meio teimosa, guerreira, lutadora, gosta de cerveja, da risada e diverte todo mundo, faz o que quer e não pergunta a ninguém.
Não imagino minha vida sem ela e juro que não é por conta dos privilégios na noite.
Por mais que ela mal se lembre de casos engraçados da minha infância pra me contar e apesar de ela ser meio conservadora em muitas coisas e usar o fato de que me sustenta para me controlar, acho que isso apenas parte do jeito dela de amar.
E, venhamos e convenhamos, amor como esse jamais existirá.
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Pauta para o blog da Capricho, já no embalo do Dia das Mães.


quinta-feira, abril 17, 2008

Dominando preconceitos

Rede de televisão com horário vazio em domingo à tarde a-do-ra inventar programa de guerra dos sexos. "Óh e agora, quem será que é melhor: os homens peludos e másculos ou as mulheres frágeis de salto alto?" De boa na garoa? Sinceramente acredito que isso não existe. Claro, o mundo ainda é um lugar machista para se viver. Mas isso termina no dia em que cabeças se abrirem e todos puderem ser convencidos que ambos os gêneros são capazes na mesma medida. Seja na hora de cozinhar (alguns dos melhores chefs de cozinha são homens), seja na hora de tocar uma multinacional.
Meu amigo paquistanês Nasir é mulçumano, mas ele próprio já não concorda que para cada testemunha masculina, sejam necessárias duas do sexo feminino, como dita o Alcorão.
O mundo não deve ser dominado apenas por um gênero, mas sim por aqueles mais competentes, com as melhores idéias sobre o que deve ser feito com o planeta. E eu, sinceramente, duvido que alguém que diz que a mulher é incapaz de algo possa ser responsável por dominar qualquer coisa (ainda mais um planeta!), visto que nem os próprios preconceitos estão sob seu controle.
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Pauta para a revista Capricho:
As mulheres vão dominar o mundo?
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Apenas de passagem: Assistindo ao 'Brit Awards', ontem de noite, cheguei a conclusão que a Amy Winehouse tem uma voz ótima, mas no palco parece que está com constante vontade de fazer xixi. Céus, como se mexe chatamente aquela guria!

sábado, abril 12, 2008

Boa noite, o jornal fica por aqui.

Sempre vemos a nós mesmos como vítima de maldade. Mas quando algo realmente cruel acontece, como no caso da empresária que torturava a garota de 12 anos "pra educar", arrancando as unhas, queimando, quebrando dedos na porta, picotando a língua com alicate, entre outros meros detalhes que ilustram a verdadeira crueldade, percebemos que a palavra expressão 'mau' e todas as vindas dela estão banalizadas.

Porém, pior que banalizar a palavra é banalizar as ações fruto de verdadeiras maldades.
À época do caso do menino João Hélio, a nação ficou comovida e completamente estarrecida. Nos dias de hoje, pouco mais de um ano depois, ninguém mais se lembra do pequeno de 6 anos que tinha só a vida inteira pela frente.

Tenho algumas lembranças de infância onde assistia casos na TV de bebês abandonados em latas de lixo. Cresci com histórias do tipo, mas em 2006 com a história da mãe que jogou o próprio bebê na lagoa da Pampulha, em Belo Horizonte, acabei por extrapolar meus limites de espanto.
Na faculdade, sempre dizem que jornalista não pode perder a capacidade de se espantar, sensibilizar, revoltar, surpreender. Eu vou além: acho que todos os seres-humanos, e não apenas os jornalistas, deveriam preservar essas capacidades. Se assim fosse, com certeza a sociedade não permitiria que crimes tão horrorosos fossem esquecidos e tornassem a se repetir.
Se fosse assim, eu não ouviria, na fila para comprar o pão, um senhor comentar para um adolescente sobre o caso da Isabella Nardoni e o garoto responder: "Ah, mais um? Toda semana acontece algo assim".

O garoto pode ter crescido em meio a histórias cada vez mais macabras e violentas, e cada vez mais freqüentes, mas com certeza, a dor das mães de Isabella e João Hélio, por exemplo, foi única e não terminará com a próxima notícia de crueldade vindo à tona nas capas de revistas. Com certeza, dor assim não acaba com o fim do telejornal.


Pauta para o Site "De mãos dadas com o mal?"
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12/04/2008, 18h13: Comentário pós leitura do Pinklipstick.
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"O mesmo mundo onde contos de fadas inspiram gerações, pregando o amor ao próximo, a caridade, a bondade e tudo mais é o mundo onde crianças fofas são tacadas do 6 andar, arrastadas por carros, torturadas e bebês são jogados em lagoas ou latas de lixo".

domingo, abril 06, 2008

E se você pudesse ?

E se você pudesse mudar alguma coisa? E você tivesse o poder de voltar atrás e fazer algo diferente do que você já fez? E se você pudesse consertar erros? E se você pudesse?
Há quem diga que não faria nada diferente, que tudo valeu à pena. Bom, concordo que as maiores lições de aprendizado que tive foram fruto de bons e enormes erros. Concordo também que eu amadureci, cresci e que cada uma dessas besteiras cometidas me fazem ser quem sou hoje. Consciente disso tudo, ainda assim, eu mudaria algumas coisas.
Mudaria o movimento errado que fiz com as mãos ontem de noite, que fez meu celular despencar de uma altura de uns 3 metros.
Mudaria atitutes à toa que culminaram na separação estúpida entre eu e minha melhor amiga.
Eu não teria telefonado algumas das vezes em que telefonei, não teria deixado transparecer pensamentos e sentimentos. Teria escondido lágrimas, teria aceitado convites. Eu não compraria o tanto de comida que já comprei por impulso, eu não deixaria coisas passarem dos limites.
Eu não daria tanta importância à pequeninas coisas para não fazer com que virassem coisas enormes e imponentes. Talvez eu não soltaria aquela piadinha maléfica que feriu fundo no outro, só para arrancar risos. Eu não me mostraria tão frágil e não me mostraria tão forte.
Eu daria mais valor ao curso de inglês enquanto minha mãe bancava, teria me esforçado mais para aprender exatas... Teria feito fotos, anotações, vídeos e tudo o que fosse possível para poder eternizar alguns momentos que jamais se repetirão e que foram, sem dúvida alguma, sensacionais.
Teria ido mostrar os exames para a médica, teria fechado os olhos mais vezes para ouvir o som do ambiente. Teria escrito mais. São tantas coisas... Mas sem dúvida alguma, a que eu penso todo dia é sobre como eu teria deixado a preguiça de lado e ao invés de ter tacado a panela de pressão na máquina de lavar louças, e lavado na mão mesmo.
Todos os dias ouço quieta a minha mãe questionar o que diabos aconteceu com a panela de pressão pra ela ficar com aquele brilho esquisito.
Preguiça cabeçuda!