Final de ano, nos últimos tempos, sempre tem vindo acompanhado daquela sensação vazia, mas que me faz transbordar de solidão. É estranho. Acho que não sou só eu quem sente isso. É a época em que as pessoas mais organizam festas e encontros. Acredito que nunca se abraça tanto quanto nessa parte do ano. As pessoas tentam desesperadamente se aproximar das outras, encontrar pedacinhos de si mesmas dentro do próximo. Quando chega outubro e já se começa a falar de Natal, as pessoas percebem o quanto o tempo passou rápido e, mais que nos aniversários, percebem o quanto estão ficando velhas, o quanto as coisas são efêmeras. É um momento de reflexão.
É quando então, querem resgatar tudo aquilo que deixaram se perder. Querem relembrar o passado, tentam reconectar-se com aquilo que ficou pra trás. Uma seqüência de movimentos desesperados que se traduz em ligações, e-mails, cartões.... Recolhem cada migalha de si mesmos que podem encontrar dentro dos outros, mesmo que sejam as memórias mais antigas e incompletas.
Se assustam com os fios brancos no espelho, com o aparecimento daquela sobrinha que era um bebê ainda ontem e que hoje já anda de mini-saia, com um namorado à tiracolo, beijando na boca.
No meu caso, eu sempre fico me sentindo incrivelmente mais solitária. Não compactuo bem com todas essas corridas em busca de algo que nunca será encontrado. Não quero meus restos, pois sei que eles não voltarão mais. Quero ser inteira.
Muitos querem alguém para parar a morte. Hoje, eu só peço alguém com quem dividir a vida.
sábado, dezembro 20, 2008
sexta-feira, dezembro 05, 2008
Meu grambolhão ♥
Eu não podia esperar que ele soubesse responder minhas perguntas complexas sobre qual brinco combinava melhor com a roupa ou que ele soubesse as últimas novidades da Britney.
Apesar de tudo isso, quando eu tava down era ele quem me levantava. Ele quem descia de seus quase 2 metros para me dar aquele abração de urso, de me tirar do chão. Ele quem virava várias madrugadas comigo no telefone, fosse falando besteira, fosse para ver televisão juntos. Ele que, estando doente com quase 40 graus de febre, me levou no cano da bicicleta até meu apartamento da praia, depois de um show de pagode, por que era isso que ele tinha prometido pro meu pai.
Era pra ele que eu contava meus segredos, pegava dicas de como tratar os homens. Era ele que tinha aquele sorriso, aquele olhar, aquele jeito tímido, aquela coisa de menino que cresceu antes da hora. Era ele que me ligava atrás de mil conselhos, pra quem eu ensinava uma palavra nova por dia e que dizia que não viveria sem minha amizade. Ele que ia em churrascos miados comigo e que fazia tudo valer a pena e que, mesmo quando eu sabia que tinha metido ele num programa de índio, ele dizia que tinha adorado. Era pra ele que eu arranjava as amigas e era comigo que as meninas vinham falar buscando dicas para conquistá-lo. Eu sempre jogava no time oposto, no time dele e fazia de tudo pra ele se dar bem, mesmo que isso significasse que ele agiria como cachorro. Era também para mim que todos vinham perguntar se estávamos namorando. Nunca estivemos.
Ele era o amigo de verdade e a prova viva de que amizade entre sexos diferentes existe sim.
Pauta pro portal: Homens x Mulheres: essa amizade existe?
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