Tudo depende do ponto de vista, baby.
Eu tenho hábitos que eu considero, humm.. normais. Já minha mãe considera INSUPORTÁVEIS. Está comigo?
Shall we?
Pois bem, além de eu me sentir obrigada a fazer comentários espetaculares no cinema, contar cada história nos mínimos e demoraaados detalhes, comer compulsivamente só por.. comer (!), gostar muito de dormir, mas só depois de 26 horas na internet, ser meio medrosa, falar as coisas, ajudar as pessoas e esquecer um pouco de mim, odiar lavar louça e arrumar meu quarto, gastar rios de dinheiro com telefone e celular, me ligar sempre à pessoas muito distantes d e mim, ser desencanada com coisas que normalmente encanam e encanada com algumas coisas totalmente bestas, ter problemas de relacionamento com o meu cabelo, entre uma bíbilia de maus hábitos..
Eu falo muito. E como se não bastasse falar muito, eu falo rápido (quando não alto). Certa vez eu e meu irmão calculamos uma média incrível de aproximadamente 7, 3 palavras por segundo. É! Parece impossível, mas é real! O teste consistiu em ler um texto o mais rápido que eu conseguisse e depois calcular o número de palavras ditas nesse tempo (falta do que fazer pura).
Eu confesso que ás vezes, quando eu estou empolgada, algumas pessoas têm certa dificuldade para entender o que eu digo. Isso nunca foi um problema pra mim. Mas para meus pais, irmãos, avós e certos amigos mais lerdinhos... NOSSA! É mesmo um absurdo.
O caso é que esse jeito é o que me faz sentir confortável; Falar na mesma velocidade que os pensamentos se formam. Mas descobri logo no primeiro semestre da faculdade de jornalismo que isso pode se tornar um grande problema pra mim. Eu me inscrevi em um curso de 'Técnicas Vocais', onde aprendia como empostar a voz, os trejeitos, como fazer os improvisos parecerem naturais e como me posicionar na frente da câmera. Poutz, que nervoso!
Foram umas 9 semanas de desespero. Na primeira gravação que fizemos eu me mexia como uma pulga tendo ataque epilético, tinha expressões faciais exageradas e provavelmente nesse dia, eu entraria para o Guiness Book se tivesse um fiscal pra comprovar minha façanha lá.
Eu estava nervosíssima. Tive um ataque de riso descomunal que me obrigou a sair da sala por uns bons dez minutos. Quando entrei para fazer a minha parte.. bem... Eu tremia, meu estômago doía, meus olhos estavam marejados de lágrimas e eu queria acabar logo com aquilo. Foi muito rápido e incompreensível. Imaginei como seria se aquilo fosse mesmo pra TV e me bateu um desespero!
Foi então que eu comecei a perceber que talvez eu não seja uma 'mita' e que não, não é o "cérebro do meu pai que é lento demais para processar frases". E comecei a tentar acalmar o fluxo incontrolável de palavras. Era muito ruim ouvir semana após semana das 28392108319 fonoaldiólogas que ministravam o curso que eu falava rápido demais.. e blá blá blá.
Na última gravação do curso, eu já estava doze vezes melhor mas ainda assim... longe do ideal. Hoje, eu fiz mais um daqueles testes científicos e li um texto... O resultado deu uma média de aproximadamente 4,5 palavras por segundo.
Agora eu estou preocupada, andei vendo a grade curricular do terceiro semestre e descobri que terei aulas de 'Narração para rádio' e 'Narração para TV'. Será DP na certa? Ou será que eu vou conseguir dominar meu ímpetos e aprender com o curso? O fato é que quero ser jornalista.. e não narradora de corrida de cavalo ou candidata a Galvão Bueno. Não perca os próximos capítulos!